quarta-feira, 26 de março de 2008

Instituto Benjamin Constant

Estou fazendo minha monografia sobre a oficina de cerâmica no IBC...
Então resolvi colocar o texto que eu apresentei ...
Dá pra entender de como é belo este trabalho...amei***

A cerâmica é uma arte milenar. O barro vem da natureza o homem mistura-se a ele, criando, apartir dessa relação estreita, bens culturais que demonstram a capacidade de evolução do ser humano em todas as épocas de sua história. Vê-se nesses momentos, a integração do ser humano com a natureza e os valores intrínsecos que repousam na essência da humanidade. Os reabilitando vão à casa rosa que eles não podem ver o tamanho muito menos a cor, mas vão com a sua companheira que lhes mostram o caminho como se fosse à bengala que conhecesse o caminho das suas descobertas, pois o homem, desde os primeiros passos de sua caminhada evolutiva, busca expressar-se através de manifestações artísticas. Através das suas mãos eles criam à arte, o poder criativo, a cultura, autoconfiança, auto-estima, mescla-se num trabalho que prioriza a força interior que ultrapassam as pedras no caminho, os obstáculos e enfrentam desafios procurando colocar-se na vida como agentes produtivos do seu processo de cidadania. Eles passaram a acreditar que são capazes de realizar uma tarefa de forma produtiva, podendo assim se comunicar, se relacionar com o mundo que o Braille oferece, numa visão não com os olhos e sim com o tato, com os sentidos, com o coração, fazendo com que as pessoas que se apropriam desta técnica sejam mais tranqüilas, dóceis, maleáveis, equilibradas e dinâmicas, como o próprio ato de tornear.

“O que é mais bonito é quando a gente vai fazendo as coisas e vai aparecendo. A coisa mais linda é a gente começar a pegar o barro, que é a coisa que Deus deu, é vida nossa; que o barro é vida nossa, né? E a gente dá outra vida ao barro, e vai surgindo, a gente vai, passa o dedo aqui, passa o dedo ali, aperta daqui, aperta dali, daqui a pouco vai surgindo. Como se fosse o nascimento de uma flor, né! Que a flor quando tá na primavera vai abrindo, abrindo, abrindo e surge aquela coisa linda, maravilhosa. A mesma coisa foi a minha peça”.

José Carlos Lira, aprendiz.

Nenhum comentário: